O cineasta brasileiro Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, 42 anos, cineasta e fundador do tradicional bloco de Carnaval Confraria do Pasmado, de São Paulo, morreu na noite desta terça-feira (23) na queda de um avião na zona rural de Aquidauana, na região do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. A aeronave vitimou outras três pessoas: o piloto Marcelo Pereira de Barros, o arquiteto Kongjian Yu e o também cineasta Rubens Crispim Jr.
As causas do acidente ainda serão investigadas pelas autoridades. O grupo estava na aeronave a serviço, em um voo de documentação da região, quando a queda ocorreu.
Legado no Carnaval e no Cinema
A morte de Luiz Fernando Ferraz representa uma grande perda para a cena cultural paulistana. O cineasta era reconhecido por seu trabalho como diretor com foco em documentários e obras de não-ficção. Entre seus trabalhos de destaque está a série “Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia”, realizada em parceria com a Pacha Films para a WBD/HBO, que foi indicada ao Emmy Internacional.
No entanto, foi no carnaval que ele deixou uma de suas marcas mais fortes. Em 2003, Luiz Ferraz e um grupo de amigos, incluindo sua esposa, a cineasta Gal Buitoni, fundaram a Confraria do Pasmado como uma roda de samba entre estudantes da Universidade de São Paulo (USP).
O encontro, que cresceu e ganhou notoriedade na Vila Madalena, foi convertido em bloco de Carnaval em 2006. Em apenas seis anos de desfiles, a Confraria se tornou um dos maiores e mais populares blocos da cidade, se mudando para o bairro de Pinheiros em 2012 e arrastando milhares de foliões a cada ano.
Paixão pela Bateria
Apesar do sucesso, Luizão, como era carinhosamente chamado, nunca se distanciou da essência da Confraria. Ele fazia questão de desfilar na bateria de mais de cem ritmistas, a qual ele ajudou a fundar.
A morte repentina do cineasta e ativista cultural chocou a comunidade do carnaval de rua e a indústria do audiovisual, que celebram seu legado e sua paixão pela arte e pela cultura popular brasileira.
