Morre o cineasta Silvio Tendler, nome de peso na indústria cinematográfica brasileira

Reprodução/ Gabriela Nehring – Produtora Caliban

Silvio Tendler, um dos maiores documentaristas da indústria brasileira, faleceu hoje, sexta-feira (05/09), aos 75 anos. O artista faleceu de uma infecção generalizada e estava internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro.

A informação do falecimento foi confirmada pela filha de Tendler, Ana Rosa Tendler. Segundo informação divulgada, o cineasta vinha sofrendo de uma neuropatia diabética – condição que afeta o sistema nervoso.

A glicose no sangue da pessoa afetada sobe de forma significativa, podendo causar dor e dormência nas pernas e pés. Além disso, também pode causar males aos vasos sanguíneos, e até mesmo o coração.

Confira os sintomas da doença que acometeu Silvio Tander:

  • Sensação de formigamento
  • Dores
  • Dormência e fraqueza muscular
  • Sensibilidade ao toque
  • Úlceras
  • Danos ósseos
  • Infecções

Tributo

De acordo com a família de Silvio Tendler, o velório está previsto para acontecer no próximo domingo, (07).

Carreira

Em suma, Tendler ficou conhecido como o “cineasta dos sonhos interrompidos.” Começou a carreira no mundo artístico nos anos 60, no Rio de Janeiro, e fez parte do movimento cineclubista.

Seu primeiro filme produzido estreou em 1968, sobre a Revolta da Chibata, ao mesmo tempo em que desafiava a ditadura militar que assolava o Brasil na época.

Aliás, foi para exílio nos anos 70 e passou um período vivendo no Chile. Também viveu em Paris, se formou em História e especializou-se ainda mais em cinema, realizando um mestrado na área.

Chegou a cursar Direito, mas encontrou sua vocação no cinema. Seu primeiro longa metragem foi “Os Anos JK – Uma Trajetória Política.” Produziu “Jango”, sobre a vida de João Goulart, e, mais tarde, lançou filme sobre a vida de Tancredo Neves.

Participação política

Participou ativamente dos protestos conta a ditadura militar e apoiou o “Diretas Já.” Em 1997, integrou o posto de coordenador de Audiovisual para o Brasil e o Mercosul da Unesco, braço das Nações Unidas para a Educação e a Cultura.

Sua carreira não para por aí – foi professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e recebeu diversos prêmios no Brasil e internacionalmente.

Domina as três maiores bilheterias dos documentários brasileiros com os filmes sobre JK e Jango e O Mundo Mágico dos Trapalhões, sobre Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias.

Após a morte de Silvio, o Presidente Lula lamentou o fato e disse que o homem foi um dos maiores documentaristas do universo cinematográfico brasileiro.

Este ano, condecorou o cineasta com a Ordem do Mérito Cultural, e o condecorou em 2006 com a Ordem de Rio Branco.

Confira detalhes da fala do Presidente sobre Silvio Tendler:

“Em seus filmes, soube resumir e explicar importantes momentos de nossa história, como os governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart e a trajetória de Tancredo Neves durante a redemocratização”, disse o presidente, além de oferecer apoio aos seus entes queridos.”

Ademais, a Agência Brasil publicou o pronunciamento da produtora fundada por Silvio Tandler, Caliban, sobre sua morte:

“Silvio deixa uma filha, um neto, mais de cem obras, incontáveis amigos, centenas de ex-alunos, uma legião de fãs e a semente da justiça social plantada em todos nós.”

(Biografia retirada da Carta Capital).

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