Reprodução/Pixar
Na última terça-feira (11), a Pixar divulgou o trailer de Toy Story 5, que vai explorar a relação dos brinquedos com a nova dona, a pequena Bonnie. Com o título “A era dos brinquedos acabou?”, o filme traz a tecnologia como principal inimigo, problematizando o uso de telas por bebês e crianças.
A menina ganha um tablet dos pais, o que assusta os brinquedos, pois sentem medo de ficarem para trás. O filme está previsto para chegar aos cinemas em 19 de junho de 2026. No entanto, essas foram as únicas divulgadas até agora. O filme é dirigido por Andrew Stanton e tem codireção de Kenna Harris e produção de Lindsey Collins.
Em depoimento à imprensa, a produção disse que o inimigo dos brinquedos é definido como “‘um tablet inteligente em formato de sapo que torna as tarefas Buzz, Woodie e Jessie e o resto dos bonecos exponencialmente mais difíceis quando eles enfrentam essa nova ameaça à brincadeira.” A escolha pelo antagonista da trama não é a toa, já que o número de crianças que passam horas em frente às telas cresce a cada dia que passa.
Além disso, o telespectador acompanhou, durante toda a franquia, o medo que os brinquedos sentiam de cair no esquecimento. Agora, esse receio é ainda maior, porque estão lidando com uma tecnologia capaz de oferecer funções diferenciadas para o entretenimento.

O que os especialistas dizem sobre o fim das brincadeiras e a exposição às telas
Uma pesquisa realizada em setembro pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em parceria com o Datafolha, concluiu que 78% das crianças entre 0 a 3 anos estão expostas diariamente às telas. Já entre as crianças de 4 a 6 anos, esse número é ainda maior, chegando à um percentual de 96%. Ademais, o Panorama da Primeira Infância revelou que somente 55% da população acredita que o uso de telas pode afetar o desenvolvimento infantil.
“Diversos estudos mostram que há uma relação entre o tempo de tela e o risco de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Além disso, o uso excessivo dessas tecnologias na infância pode afetar negativamente o desenvolvimento infantil, causando problemas como obesidade, isolamento social, dor muscular, déficit de atenção, hiperatividade e queda no rendimento escolar”, Afirmou Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.
“O desafio não é simplesmente desligar as telas, mas construir com as crianças uma relação mais equilibrada com o tempo, o corpo e o afeto. Não podemos esquecer que, para algumas famílias, o celular pode atuar como uma rede de apoio, uma distração para que a mãe ou cuidadora possa realizar outras tarefas. Não podemos julgar essa mãe, mas oferecer alternativas que substituam isso”, finaliza a CEO.
A importância de brincar ao ar livre e se exercitar para o crescimento e desenvolvimento
Contudo, mais de 50% das pessoas entrevistadas pela Fundação afirmaram que as brincadeiras e exercícios ao ar livre são a melhor opção para entreter as crianças.
